No dia 23 de abril comemora-se o Dia Nacional de Educação dos Surdos com o intuito de celebrar as conquistas da comunidade surda com a integração de práticas inclusivas no ensino regular.
Perspectiva histórica
Esta data é muito significativa, pois dá visibilidade para a necessidade de um número cada vez maior de pessoas: ter acesso à educação inclusiva. Tendo em vista que, segundo um relatório lançado pela OMS, até 2050 estima-se que 2,5 bilhões de pessoas no mundo terão algum grau de perda auditiva[1].
No Brasil, o ensino de surdos iniciou em 1857 com a criação do Imperial Instituto de Surdos Mudos. A evolução foi ocorrendo pouco a pouco e em 1980, o Bilinguismo começou a despontar no Brasil, tanto que nos anos de 1990 um projeto de lei deu início à legalização e regulamentação da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Atualmente, muitos espaços educacionais já foram conquistados, inclusive, na educação a distância.
Desafios da educação Inclusiva
Como pode-se observar, durante algum tempo a escola regular e a escola especial, para estudantes surdos, cegos, com algum tipo de deficiência, com distúrbios de aprendizagem ou com altas habilidades, eram conduzidas separadamente. Então, a educação inclusiva vem para unir ambas as escolas e permitir a convivência e integração de todos os estudantes.
A educação inclusiva não exige apenas trazer os estudantes com deficiências para a escola regular. Ela requer práticas pedagógicas que permitam que todos os estudantes sejam escolarizados, visto que o processo educativo é uma ação social, com vistas a desenvolver sujeitos autônomos, livres de preconceitos e respeitados em suas diferenças.
O papel da escola nesse processo, seja ela de qual nível for (do ensino fundamental à graduação), é de aceitar os estudantes e realizar as adaptações necessárias para que eles tenham garantidos os seus direitos. Além disso, lhes cabe a capacitação e formação de educadores para lidar com todos os estudantes.
A importância do EAD para a educação inclusiva
Neste sentido, não podem ficar de fora os cursos que adotam a metodologia à distância. Eles, também, devem planejar a inclusão dos estudantes, desenvolvendo objetos educacionais direcionados a atender os estudantes que tem alguma necessidade de acessibilidade.
Exclusivamente, para estudantes surdos, podem ser desenvolvidos vídeos e recursos audiovisuais contando com a participação de intérpretes de Libras, o que permite que os estudantes surdos compreendam o conteúdo abordado sem depender apenas da leitura. Já existem estudos que mostram haver evidências de que as tecnologias assistivas, ou seja, o uso de Libras em vídeos, por exemplo, contribui para a autonomia dos estudantes com necessidades especiais.
Outro recurso muito utilizado na produção de vídeos é a legenda que, em geral, é mais utilizada em vídeos didáticos por haver demonstrada uma preferência por parte do público surdo, visto que “a janela quase impossibilita assistirem o que se passa na TV”[2].
Outras ferramentas de acessibilidade
O ensino à distância oferece outros recursos de acessibilidade para educação inclusiva:
- Audiodescrição como recurso que traduz imagens em palavras, permitindo que pessoas com baixa visão ou cegas consigam compreender conteúdos audiovisuais ou imagens;
- #PRACEGOVER, ou seja, inserção de um texto descritivo em todas as imagens e elementos gráficos do material. Dessa forma, possibilitando que todo o conteúdo seja lido por softwares nativos do computador do usuário dentre outros;
- Possiblidade de aumento da fonte dos textos disponibilizados para estudo;
- Ferramenta de aumento de contraste que auxilia no equilíbrio das cores para quem tem algum grau de daltonismo ou vista cansada;
- Recurso de destaque no texto, que permite grifar algum trecho interessante durante os estudos para facilitar a busca futura;
- Bloco de anotações para incluir lembretes que podem ser armazenados na base de dados do curso.
Em suma, o que deve ser considerado na produção de materiais didáticos é a necessidade do público a que ele se destina, visando sempre a acessibilidade para todos.
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[1] https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-03/oms-estima-25-bilhoes-de-pessoas-com-problemas-auditivos-em-2050
[2] FARIA, N. G.; SILVA, D. C. (2016). Legendas e janelas: questão de acessibilidade. Revista Sinalizar, v.1, n.1, p. 65-77. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/revsinal/article/view/36156
https://www.revistas.ufg.br/revsinal/article/view/36156